Já dizia o meu pai: este é o melhor país do mundo. Para ele, as belezas naturais que temos neste vasto território valem mais do que qualquer viagem para Europa. Uma pena que nem todo mundo vê o Brasil com os mesmos olhos, como comprovado em um mapa que mostra os países pelo tamanho do turismo, divulgado em agosto pelo HowMuch.

Com dados do Banco Mundial referente a 2014, vemos que, mesmo sediando a Copa do Mundo, o Brasil acumulou somente US$ 7,4 bilhões em recibos de gastos de turistas estrangeiros. Neste quesito, ficamos distantes de países como a Indonésia (US$ 10,3 bi), Catar (US$ 10,6 bi) e a anos-luz do top 5: Estados Unidos (US$ 220,1 bi), França (US$ 66,8 bi), Espanha (US$ 65,1 bi), Reino Unido (US$ 62,8 bi) e China (US$ 59,6 bi).
Mas a informação mais interessante é que, ao mesmo tempo, o Brasil está nos top 20 dos que mais gastam fora do país. Ou seja, o brasileiro costuma viajar, mas prefere desembolsar lá fora.
São vários fatores que contribuem para a rejeição das viagens nacionais: alto custo, falta de segurança, infraestrutura precária, má conservação dos pontos turísticos, etc. Mas também tem sim uma pontinha de complexo de vira-lata, que exagera no fracasso nacional e acha que o resto do mundo é perfeito.
Quem faz um país é o povo. E o nosso é resiliente: a hospitalidade, simpatia e animação ao receber estrangeiros são um afago que damos indiretamente em nossos próprios corações desiludidos com a má gestão e a corrupção. Mas será que não podemos compensar as falhas com um pouco mais de confiança, admirando um pouco mais o país em que vivemos?
Além de conhecer um pouco melhor o (lindo) território que temos, ainda contribuiríamos para incentivar o setor por aqui.